quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Palestra proferida em São Paulo, durante o XV Congresso de Numismática realizado pela Sociedade Numismática Brasileira;

“Prezados Senhores:
Tenho a grata satisfação de comunicar aos presentes a esta histórica palestra, o aparecimento de uma peça metálica cunhada em 1997, com os dizeres: 1 Real 1997 com desenho de uma bromélia (planta tropical) em seu reverso a figura da república que nos remete aos anos de 1965 referente a moedinha de 50 cruzeiros de níquel. Tão logo examinei a referida peça, classifiquei-a como sendo um ensaio de nossa moeda atual, quando de sua elaboração pela Casa da Moeda do Brasil. Esta peça bimetálica foi feita com os mesmos metais, ou seja, alpaca em seu anel e cuproniquel em seu miolo, com as mesmas medidas, com a mesma serrilha e o que julgo ser o mais importante: o mesmo peso. Devo dizer aos senhores, que tive oportunidade de acompanhar nos anos de 1997/1998 os estudos para o lançamento da nova familia de nossas moedas, quando então foi feito pelo BACEN, um concurso para definir os desenhos da nova familia, concurso este, depois anulado, uma vez que a própria Casa da Moeda veio a ganhá-lo.
Mas, afinal o que é o ensaio? Este nome é dado a todos os procedimentos que se antecipam a cunhagem de uma peça qualquer, não necessariamente, uma moeda. São os testes de material, comportamento de cunhagem e até a verificação do proprio cunho. (Ensaiar: experimentar, testar, etc..) Por que os colecionadores dão tanta importância a um ensaio? Justamente porque é uma peça rara, visto que depois de feito todos os ensaios, estes são destruídos, voltando todo para a fundição, quando raramente alguém se lembra de guardar algumas peças como lembrança dos trabalhos iniciais. Já em nosso primeiro catálogo de moedas do Brasil (Souza Lobo 1908) estão inseridos vários ensaios de nossas moedas. Por isto que os colecionadores dão tanta importancia a estas raras peças que acabam tornando-se tão valiosas. Agora certamente virá uma nova pergunta: Mas como o Sr. Balsemão pode identificar a peça citada como sendo um ensaio? Acontece que entre outras de minhas habilidades, sou um metalúrgico desde os meus 15 anos de idade, portanto, conheço metais em geral. Sou colecionador da moeda brasileira há 22 anos. Estudo as moedas desde os primeiros dias em que comecei minha coleção. Minhas peças são todas classificadas. Aprendi isto nos livros de K. P. Assim, posso afirmar com convicção, ser esta interessante peça, um ensaio de nosso real de 1998, feito, naturalmente em 1997, quando do desenvolvimento da nova familia das moedas brasileiras. Qual a diferença entre um ensaio e uma prova? Esta pergunta é muito fácil de ser respondida: Ensaio é tudo aquilo que se faz para poder apresentar algo perfeito, original; já a prova é feita quando está tudo feito e acabado, por isto as peças são identificadas com a palavra PROVA, tornando-se peça diferenciada para colecionadores, quanto ao ensaio, como disse antes, cabe aos aficionados, experts, verdadeiros numismatas, identificá-las. Quanto à peça por mim apresentada, dou-lhes a minha garantia: Não é uma fantasia – é REAL.
Agradeço a todos por me ouvirem, pondo-me a disposição para qualquer pergunta, referente ao assunto.
Muito Obrigado”
São Paulo 01 de dezembro de 2011 (Dia do Numismata)

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