Foi com o título "Minha Linda Bromélia" que descrevi meu achado no dia 1º de setembro próximo passado, levado pelo entusiasmo de então. O texto foi tão explicíto que achei não precisar escrever mais nada a respeito. Por minha expontânea vontade candidatei-me a falar sobre esta importante peça durante o último Congresso Brasileiro de Numismática, realizado pela SNB, em São Paulo , nos dias 01, 02 e 03 de dezembro de 2011, o que acabei realizando, muito embora com reduzida plateia, porém com a presença de pessoas ilutres, tais como: Kátia Dias, gravadora da Casa da Moeda acompanhada de suas duas colegas; Telma Ceolim, alta funcionária do BACEN, também acompanhada por dois colegas e como representante da SNB, presente o Sr. Hilton Lucio, coordenador daquela conferência. Apresentei aos presentes para que pudessem examinar a peça que estava sendo motivo de tal palestra. Naquele momento procurei ilustrar minhas afirmações com literatura da época do lançamento da moeda de 1 Real, 1998, juntando o “ensaio” 1997. Todos puderam comparar as características completamente iguais, ou seja, peso, metais, medidas e a serrilha intermitente, detalhe que julgo o mais importante para justificar a autencidade de tal ensaio da moeda de 1 Real do ano de 1997, ano este em que foram elaborados todos os projetos da nova moeda bimetálica.
Aproveitando minha estada ao interessante evento pude mostrá-la às pessoas conhecedoras da nossa nusmismática, e por conseguinte acostumadas a examinar detalhes de peças consideradas importantes, quer sejam nacionais ou não. Devo dizer que naquele momento pude ouvir de renomados "experts" de nossa moeda, se não afirmações categóricas,mas em nenhum momento duvidaram da autenticidade da peça citada. Quero abrir um parentese para dizer o que eu já sabia: que a peça era autêntica. Pois desde o momento a que examinei, naquela tarde em que a adquiria, sabia que ela era legitima, pois me julgo suficientemente qualificado para tal. Conheço metais, quer sejam nobres ou não, conheço a qualidade de uma cunhagem, conheço o processo de cunhagem de dois metais juntos. Sou capaz de opinar se o abridor de cunho é ou não competente, só pelo seu “talho”. Por tudo isto, afirmo: minha peça é autêntica. Todos os indicios levam a crer que ela foi, de fato, cunhada em nossa Casa da Moeda. Quero salientar que o achado deste ensaio torna-se o mais importante acontecimento numismático dos últimos anos. Trata-se, queiram ou não, de uma extraordinária raridade, pois até o momento é única conhecida. Quero chamar a atenção dos interessados, que tenham a obra editada pelo BACEN à época cujo título é “Novas Moedas do Real”, exposição do concurso para projeto gráfico. Lá estão citados os protagonistas do mesmo, Glória Dias, Kátia Maria de Abreu Dias e Luciano Dias de Araújo (in memorian). Agora vem a pergunta que não quer calar: não poderia haver sido executado ensaio para a confecção de novos cunhos? Afinal isto não é uma praxe? Digo mais: - espero que a partir de agora, ao tornar publico minhas afirmações, possa obter, quem sabe, manifestação do órgão maior a respeito, muito embora eu saiba que isto é pouco provável.
Agora rogo vênia para um desabafo: estou nos meios numismáticos há 22 anos, sou conhecido, sou participante das principais entidades numismáticas de nossa terra, já fiz importantíssimos trabalhos que são de muitos conhecidos. Sou estabelecido com oficina de gravados desde 1952 e quando resolvi cunhar réplicas de moedas raras, tanto do Brasil como de outros, publiquei um catálogo (2005) onde enumerei todas elas que sempre foram por mim identificadas.. Hoje, com 81 anos , bem vividos, tenho uma bela família e acima de tudo um nome por zelar e não seria agora que iria denegrir minha imagem com fantasias ilusionistas. Por tudo isto, volto a reafirmar: minha peça é legítima até que provem o contrário, ( para o desatino dos incrédulos e, o que é pior, dos mal intencionados. Deixo claro estar esse material à disposição em minha casa para ser examinado proporcionando a oportunidade para verem o que é uma raridade.
Obs.: a peça citada foi recebida de troco por um caixa de uma banca do Mercado Público de Porto Alegre.
Obs. 2: gostaria de ver este texto publicado no próximo boletim da SNB do mesmo.
Cordialmente,
P. P. Balsemão